Conforto acústico é lei! Mas e na prática?

31 MAR 2022
• Arquitetura

Se você já sofreu com a vizinha andando de salto alto no andar de cima ou ouviu as conversas dos vizinhos ao lado, está na hora de pensar no conforto acústico da sua casa. Ruídos e poluição sonora viraram tema de conversa faz tempo, desde que os espaços urbanos começaram a crescer desordenadamente e as construções, de olho em um barateamento de custos, optaram por abrir mão do isolamento acústico.

 

É importante ressaltar que o conforto acústico é essencial para uma boa qualidade de vida e que a poluição sonora pode causar irritabilidade, estresse, ansiedade e perda de concentração, entre outros problemas. Por causa disso, a ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas, estabeleceu a norma NBR 10152, com o objetivo de garantir o conforto acústico dos ambientes. Para dormitórios, por exemplo, ela estabelece um ruído máximo de 45 decibéis. Para salas de estar, o ruído pode chegar a 50 decibéis. No entanto, muitas vezes, por razões financeiras, esta norma não é levada em conta.

 

Isolamento acústico

Uma forma de garantir o conforto do ambiente quando se trata de ruídos, é pensar em formas de isolamento acústico. Ele tem como objetivo impedir que sons externos entrem no ambiente ou que sons internos vazem para ambientes externos. Para isso, existem materiais capazes de refletir ou absorver as ondas sonoras, como lã de vidro, lã de rocha, espumas acústicas e chapas acústicas de fibra de madeira.

 

Para entender melhor como funciona o isolamento acústico, é interessante saber como o som se propaga no espaço:

  • A partir da fonte de sua emissão, ele se propaga em todas as direções;
  • Uma parte dele seguem em linha reta, o som direcional, e o restante, chamado de som refletido, segue em todas as direções.

 

Existem diversas técnicas para a aplicação do isolamento acústico, que variam de acordo com o material empregado:

1. Mantas acústicas ou lã de rocha e lã de vidro

Aplicadas em paredes de alvenaria e drywall, elas preenchem as cavidades duplas, impedindo a propagação do som. O que diferencia as lãs é a sua densidade. A lã de vidro é feita de cacos de vidro e outros aditivos, enquanto a lã de rocha é composta de fibras minerais. Usada em ambientes residenciais, não é aconselhada para locais muito úmidos pois, principalmente a lã de rocha, tende a reter muita água.

 

2. Espuma ou poliuretano

Usada em ambientes em que o isolamento acústico é uma exigência profissional, ela está presente em teatros, estúdios de música, auditórios e salas de reunião, por exemplo. Instalada sobre piso, teto e parede – daí sua aparência que remete a um carpete – elas ajudam as ondas sonoras a perderem força. Estão disponíveis em diversas formas e cores.

 

3. Lã de PET

Composta por garrafas PET, é muita usada pelos adeptos da sustentabilidade, já que é feita de material reciclado. Versátil, pode ser usada em todos os tipos de espaços, do comercial, corporativo até o residencial. Resistente a umidade e ao fogo, é mais leve que os outros tipos de lã e muito usada em indústrias e galpões.

 

4. Painel Wall

É feito de miolo de madeira laminada e revestido com lâminas de madeira ou placa cimentícia. É usada por quem deseja uma instalação rápida e fácil.

 

5. Chapa de chumbo

Usada para blindar as paredes, é indicada para locais que precisam bloquear a radiação, como salas radiológicas.

 

6. Manta de borracha

Com ótimo custo-benefício, é de fácil instalação, bastando colocá-la no piso, como um adesivo. Resistente, é muito usada em ambientes corporativos.

 

7. Tinta para isolamento acústico

À base de água, utiliza da nanotecnologia para isolar os ruídos. Sua função é fazer com que os barulhos internos não cheguem ao ambiente externo, por isso, é indicada para igrejas, cinemas, teatros e casas noturnas.

 

Legislação

A aplicação da norma ABNT 15.575 feita em julho de 2013 obriga as construtoras a seguir uma séries de normas que englobam desde a segurança estrutural de um edifício, a segurança contra fogo, segurança na utilização, durabilidade, manutenção até chegar ao isolamento acústico. No entanto, não há fiscalização referente a este último item. O que os profissionais da área recomendam é que o próprio consumidor aja como fiscal junto às construtoras, verificando a acústica durante a sua construção.

 

Abaixo, você confere a tabela com o número mínimo de decibéis que devem ser isolados, de acordo com cada cômodo.

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Agora que você sabe tudo sobre tratamento acústico, vem saber mais sobre acústica sustentável aqui!

 

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